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ブラジルポルトガル語学科ブログ RSS

2014/01/18 17:10:00 A perspectiva do mestrado como formação do pesquisador: quatro aspectos em questão. 2

  • Category授業紹介
  • Posted byFelisberto Sabino da Costa フェリズベルト・コスタ
Mesmo que não tenha sido o seu intento, Descartes acaba por se tornar um “orientador”de trabalhos científicos. Ao sair para estudar no grande livro do mundo e de também estudar em si mesmo (2009, p.46) acaba por empreender um método fundamental para o pensamento da ciência moderna, que se tornou uma espécie de “Mentor” para pesquisadores.

Mais do que aquele que detém maior conhecimento ou experiência, o professororientador (shidokioju/shidokiokan), é aquele que percebe no outro a possibilidade, pois é consoante os possíveis que podemos encetar uma orientação (shidou). Nesse diálogo, interagem a sabedoria, o conhecimento e a imaginação. Embora na língua portuguesa, o termo orientador, pareça mais determinado, mais estabilizado do que orientando (daigaku insei), cabe aos dois parceiros habitar o “estando” característico de uma pesquisa, ou seja, construir algo que se move e tem como destino a superação.

O pesquisador iniciante


Um pesquisador em processo de formação se defrontará com questões complexas de caráter prático e conceitual, que devem ser encaradas como etapas de uma jornada. Fatores de toda ordem que se apresentam a esse Telêmaco-moderno, que não conta com o suporte de uma divindade, mas do orientador, humano tal como ele. Assim, supondo que um aluno-pesquisador japonês deseja realizar uma investigação sobre turismo sustentável em Portugal, terá uma série de desafios a ser equacionados. A escolha de uma área de estudos implica variáveis que devem ser cuidadosamente pensadas. Às vezes, há carência material sobre um determinado tema, e o aluno terá que lançar mão de outras estratégias. Se houver pouca referência bibliográfica sobre o turismo em Portugal no seu país, isso deve ser levado em conta quanto à delimitação do seu objeto. Se essa pesquisa demandar um trabalho de campo, haverá que buscar recursos para tal, o que não significa que todo mundo consiga fazê-lo. É fundamental o lastro financeiro, seja pleitear uma bolsa de estudos seja obter por outras formas. Daí, a necessidade de administrar com sabedoria o suporte econômico. De preferência, há que dominar a língua do país objeto de investigação. Outra dificuldade que se apresenta, diz respeito a encontrar pares com quem trocar, em seu país de origem, processos de pesquisa envolvendo o campo escolhido, caso não haja pesquisadores dedicando a temas similares. Pode acontecer de não se disponibilizar tempo para encontrar o professor orientador, bem como a ocorrência de atritos entre ambos, o que às vezes, emperra o processo. Para o alnno-pesquisador, questões dessa monta, e muitas outras mais que possam advir, devem ser consideradas com respeito à facção da pesquisa. Nesse sentido, o mestrado é um campo fértil para a experimentação, dado que é uma jornada pedagógica: aprende-se a ser pesquisador ao lidar com toda sorte de problemas.

A contribuição das disciplinas cursadas


Fundada numa perspectiva verticalizada, a disciplina pode contribuir significativamente para o processo de formação do pesquisador. Embora reconheçamos sua relevância, é saudável vislumbrar alternativas que superem essa organização, ou seja, experiências que vão além da transmissão de conhecimento, da relação professor-aluno convencional, e conceber disposições outras concernentes a esse momento de formação. A possibilidade de escolha das disciplinas é salutar e faz parte do processo, em que a diversidade dos conteúdos ofertados amplia os horizontes. Dessa forma, para quem tem como objetivo pesquisar a atuação da indústria automobilística japonesa em território brasileiro ou a transição do indianismo ao indigenismo experimentado pelas populações indígenas nesse mesmo país, ter cursado disciplinas que contemplam o discurso científico, o discurso poético e a cultura brasileira, podem criar fendas no caminho traçado, abrir espaços de reflexão que acuram o olhar do pesquisador. Se, com a metodologia científica, podemos pensar o caminho para alcançarmos o porto almejado, com a reflexão poética aporta-se outra perspectiva para pensar o mundo. Tal como a ciência, o discurso poético adentra a realidade de forma intensa e profunda. Por fim, a perspectiva histórica e cultural atua como ponte para se pensar a realidade sócio-histórica de um país, considerando se as duas escolhas acima referidas.

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